Ferpe art's: Tim-Anjos de aço - Mel Gibson muito antes de ser Mel Gibson.

Mel Gibson, grande astro, grande diretor, oscars e globo de ouro.Tudo que um grande astro almeja ou almejou.
Em seus mais de 30 anos de carreira vimos uma variedade de filmes,a maioria de ação, lançados. Mas há uma pérola do início da sua carreira, ainda morando na Austrália, que poucos conhecem. O nome do filme?
Tim-Anjos de Aço (Tim 1979).

O filme foi escrito,produzido e dirigido por Michael Pate,um ex-ator australiano com passagem discreta por Hollywood. Esse se baseou num livro escrito em 1974 por Collen McCullough, a mesma autora do mega sucesso Passáros Feridos (Thorn Birds),que marcou época aqui no Brasil pelo SBT. Michael Pate teve muitas dificuldades em adaptar o livro para o cinema. Uma delas foi atenuar o erotismo de algumas cenas.

Pronto o roteiro agora a missão era escalar o elenco.

Para os coadjuvantes sem problemas, todos seriam australianos.O problema era os protagonistas. Ele tentou e testou muitos atores para o papel de Tim Melville,o jovem com retardo mental mais de bom coração.

Mel Gibson que só tinha a experiência de um filme e papéis sem destaque na TV surpreendeu Pate que se encantou com o seu jeito rude e simples, e o achou perfeito para o papel. Já o papel da protagonista e par romântico de Tim,Pate tentou contratar alguma estrela internacional. Ele tentou Ava Gadner, Cloris Leachman, Deborah Kerr e Glenda Jackson que só não aceitou por que na época ela estava trabalhando no parlamento inglês.

Sem muitas opções, Pate lembrou de uma atriz americana baixinha, ruiva, um pouco feiinha e gordinha, que fora indicada ao oscar 2 vezes e que havia saído de uma semi-aposentadoria de 15 anos. o nome dela?

Piper Laurie.

capa original do livro

Piper tinha acabado de sair do mega sucesso de Carrie (1976), e começará a ficar estereotipada como atriz de filmes de terror, estava preocupada com o rumo de sua carreira já que ela não era mais nenhuma mocinha ( a época já tinha 46 anos ) e viu em Tim a oportunidade de ter um papel diferente e emocionante.

Mel Gibson como Tim e Piper Laurie como Mary Horton.

Pronto. Escalado o elenco principal começa as filmagens. Piper se sente intimidada pela beleza de Gibson. E ela que passava por momentos tribulados no seu casamento e logo caiu nos braços do jovem garanhão.Bem, deixando de lado o momento Leão Lobo.

Terminada em 4 semanas as gravações, o filme é lançado e faz um estrondoso sucesso no seu país. Ganha vários prêmios e catapulta a carreira de Mel na Austrália. Com isso, logo ele consegue destaque para vencer o teste como protagonista daquele que se tornaria a maior bilheteria australiana em todos os tempos,Mad Max (1979).

Tim-Anjos de aço pode não ser um filmaço e realmente não o é. Mas com certeza é um bom divertimento e algo que nos faz refletir sobre o amor, não importando a idade, diferenças sociais e físicas. Michael Pate realmente fez um belo trabalho.Infelizmente ele só dirigiria esse filme. Ele faleceu em 2008 aos 88 anos de idade. Collen a autora do livro ainda vive e bem, na sua Austrália querida. Piper Laurie aos 81 anos ainda trabalha, seja na TV ou no cinema. E Mel? 3 filmes de Mad Max. 4 maquinas mortíferas. Um épico escocês ganhador de vários óscares e um baita escândalo de divorcio e bebedeira, mas ainda assim um astro. No sentido exato da palavra. Sem nunca esquecer dessa relíquia cinematográfica de quando ele ainda nem sonhava em ser um lenda do cinema.

Vejam Tim. É um belo filme romântico. Curtam!!!

Mel e Piper, numa cena romântica. Eles tiveram um rápido romance durante as gravações.

Capa do DVD americano.

Capa do DVD brasileiro,só cuidado com
a dublagem nacional. Ela é horrível.

Curiosidades:

* O filme passou na NGT ( emissora pequena do Paraná ) com uma dublagem horrorosa. Mel não era dublado pelo seu dublador brasileiro oficial: Julio Chaves.

* Piper Laurie aceitou o papel pois na época ela era conhecida por fazer filmes de terror como Carrie a estranha (1976) e Ruby (1977). Muitas pessoas se esqueceram que ela era uma brilhante interprete que já havia concorrido por duas vezes ao Oscar: Desafio à corrupção (1961) e Carrie (1976).